quarta-feira, 6 de julho de 2016

Eu sou apenas a garota angustiada, de tremedeira na existência, de maxilares travados de tanto que dói gostar tanto de tudo. Eu sou apenas a garota que tenta ser amada. E sou profundamente amada por alguns meses, até o garoto segurar firme a minha mão e dizer que apesar de sermos legal não dá mais. E então eu me pergunto se não deveria lobotomizar meu cérebro pra pensar menos, lobotomizar meu coração pra sentir menos, lobotomizar meu espírito pra estar agora menos obcecada por tudo. E então eu falaria pouco, exerceria minha profissão de forma bem sonsa sem me importar com nada e você poderia me dar a sua mão magrela e nós andaríamos juntos, mas se fosse assim pra onde iria o amor?

Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois

sábado, 4 de junho de 2016

a minha gratidão é uma pessoa

Depois de pensar um pouco,
ela viu que não havia mais motivo e nem razão
e pôde perdoá-lo.

É fácil culpar os outros,
mas a vida não precisa de juízes a questão é:
sermos razoáveis.

E por isso voltou pra quem sempre amou, mesmo levando a dor daquela mágoa
e segurando a sua mão sentiu sorrir seu coração
e amou como nunca havia amado.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

É isto, nada além

É isto, nada além: um dia as pessoas morrem na gente. Pode ser um amigo que parece não se importar mais ou então aquele que telefona só quando quer ajuda, um amor que gastou todas as chances que tinha e nem toda dedicação do mundo comoveu, um primo de longe, qualquer um. Pode ser a criança que um dia morou dentro da gente, o sujeito que viajou pra longe sem dar adeus ou dizer que ia ou o visitante que chegou e nem ao menos deu um oi. Um dia as pessoas morrem na gente. Pode ser um dia qualquer, como hoje ou ontem ou a terça passada, um dia de agosto ou no meio do carnaval, um dia de formatura ou até no ano novo, um dia de vento sul ou calor dos infernos, de vestido curto ou jeans surrado, de boca nervosa ou falta de apetite, de cabelo desgrenhado ou os cachos no lugar. Um dia as pessoas simplesmente morrem na gente, e a gente esquece as tardes divertidas que passou no boteco, a esperança que alimenta quando ainda não viveu muito, a promessa de nunca esquecer; a gente esquece que um dia quis ficar junto pra sempre, que jurou um monte de coisas, que registrou em fotografias uma penca de momentos bonitos, que acreditou em tudo ou, exatamente como o Chico ensinou naquela canção, que ajeitou o nosso caminho pra encostar no caminho do outro. A gente faz força pra esquecer, porque sabe que precisa. A gente faz força pra esquecer, porque sabe que precisa. É isto, nada além: um dia as pessoas morrem na gente, embora continuem vivinhas da silva.