sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O que sobrou?

O que sobrou de você
As lembranças...

O que sobrou de você foram seus retratos e,
Quando vi uma foto sua, sorridente e saudável,
Lembrei-me de que não me preparei
Para a sua vinda,
Mas pude me preparar para a sua ida.
Mas quando você foi,
Ah, meu Deus!
O que sobrou?
O que sobrou
Fui eu.

Para você, que me fez feliz
e se foi

e nesse dia, entrou...

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou …
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou”

. Florbela Espanca in Livro de Mágoas .

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O que ainda existe...

- quer saber o que eu penso? você agüentaria conhecer minha verdade? pois tome. prove. sinta. eu gosto do que arriscam. tenho admiração nata por quem segue o coração. eu acredito nas pessoas livres. liberdade de ser. coragem boa de se mostrar. dar a cara a tapa! ser louco, estranho, lindo, chato! eu sou assim! tenho um milhão de defeitos. sou volúvel. sou viciada em gente. adoro ficar sozinha. mas eu vivo para sentir. por isso, eu te peço .. me provoque, me beije a boca, me desafie, me tire do sério, me tire do tédio. vire meu mundo do avesso! mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... um beliscão que for, me dê. eu quero rir até a barriga doer. chorar e ficar com cara de sapo. este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome.

você agüentaria viver na montanha-russa que é meu coração?

desculpa, nada é pouco quando o mundo é meu. ;)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

- Então Charlie Brown..


.. o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
... acho que isso é amor.


Ps.: achei isso perfeito!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Que SuperVilão você é?


Your Results:

You are Catwoman

With a troubled past and an upbringing on the streets you have learned how to fend for yourself through crime.



Catwoman ---------------------------- 58%
Mystique ----------------------------- 56%
Poison Ivy --------------------------- 52%
Green Goblin ------------------------ 52%
The Joker ---------------------------- 51%
Magneto ----------------------------- 45%
Lex Luthor -------------------------- 44%
Two-Face ---------------------------- 44%
Mr. Freeze --------------------------- 43%
Riddler ------------------------------- 43%
Apocalypse --------------------------- 42%
Dr. Doom ----------------------------- 40%
Dark Phoenix ------------------------ 40%
Venom -------------------------------- 36%
Juggernaut --------------------------- 24%
Kingpin ------------------------------- 21%


Click here to take the "Which Super Villain am I?" quiz...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

HojeMesmo**

"Se um gênio perguntasse quais seriam os meus três desejos o primeiro: pediria ao tempo voltar pra trás

O seguinte, segundo desejo, emoldurar no céu o seu sorriso que eu pensei que nunca mais pudesse reencontrar

E o último, complexo, honesto e genuíno, amar sem precisar da dor, querer também sem magoar...

Tocar seu corpo
Hoje mesmo.

Eu gosto de você! "

NandoReis - HojeMesmo

quinta-feira, 28 de maio de 2009

... Você é o que ninguém vê ...

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá.

Você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás.

Você é o que ninguém vê

quinta-feira, 12 de março de 2009

Receita: Pra me conquistar

pra me conquistar
basta dizer tudo aquilo
que nunca ouvi de ninguém
vestir como homem e não como gay
me tocar sem medo, sem segredo
entrar e sair da rotina sem que eu note
me levar para lugares exóticos
e lugares comuns
saber ficar em silêncio e assim me dizer tudo
gostar de rock como eu gosto
e de coisas que eu não gosto
compreender a vida como é
e buscar o outro lado
saber a hora exata de ficar
e ir embora
mas não vá

quarta-feira, 11 de março de 2009

Cegueira transitória

Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?

- Caio Fernando Abreu.

Lembranças de um futuro que não veio

as palavras que seriam sussuradas ao meu ouvido, os minutos infinitos dos meus olhos a te fotografar, os nossos cabelos entre os dedos e as bocas, os instantes em que enganaríamos a nós mesmos de que estarmos juntos seria o bastante...

Sob pressão

Quando já escondida sob o meu travesseiro, o telefone toca e me faz ouvir o que eu já devia ter esquecido, o que nunca devia ter acontecido, aquela que eu era e não devia ter sido, o nome que não desejo mais ouvir, nunca, nunca mais. Eles não entendem. Eu odeio. E ponto.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

mutismo

dia desses, supermercado
tão dona de casa e do nariz,
escolhendo fragrância de sabão em pó pras minhas roupas de todo dia,
um cheiro que agradasse a quem se abraça
(nenhum abraço em especial em mente)

quando,
de repente,
assim sem mais,
entre músicas aleatórias e dispensáveis
tocou uma que
teria me feito chorar, se eu ainda conseguisse;
que me fez lembrar de você
- de você e de todas as histórias que a gente não viveu,
e de todo o hiato a que nos impusemos,
e da minha covardia em admitir que

eu só queria que você soubesse
que a minha maior vontade naquele dia tão impropício de adeus
era dizer que era tudo recíproco,
que eu não imaginava que você
fosse um dia pronunciar aquelas coisas todas.

e fiquei calada,
sentindo o cheiro da tua camisa,
cheiro bom de sabão e perfume e pele,
silêncio pesado,
apenas porque era doloroso demais lidar.

[a vida é feita de momentos estranhos,
pedaços pequenos de pequenos absurdos.]

e me fez lembrar como naquele dia,
(outro dia, bem depois)
eu quis te falar tanta coisa,
esclarecer, retomar, pedir desculpa,
mas era tão complicado
- tão absurdamente inexplicável -
que eu apenas respirei fundo e fingi
que nada tinha acontecido,
que o tempo tinha apagado todos os erros,
que era possível esconder a ponta de dor que despontava
porque pareceu mais fácil,
mas não era.

cheguei em casa
querendo que as coisas pudessem ter acontecido de uma outra maneira,
feliz ou triste, tanto faz,
contanto que apenas mais intensa,
menos velada.

só que
cada um com uma vida própria,
a vida tem vida própria,
e a gente nem controla,
só se abandona,
e navega
e flutua
- enquanto pode.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

[...]


Sobre a mesa uma pasta,
uma bolsa, um guarda-chuva preto (e um céu que não queria chover), adoçante, açúcar (esqueceste de pedir o mascavo), sorrisos largos, uma bandeja "suicida", uma fatia gigantesca de torta (que tu juraste que não comeria inteira), um café com leite, um expresso duplo, pequenos goles, grandes planos. E quatro mãos que matavam a saudade.
- um dia, casa comigo?
- caso.


[...]

- Saudade


Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.

Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que
não se encontra mais.

Saudade do pai que morreu,
do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida
é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem
se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,
mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem
vê-lo, mas sabiam-se amanhã (...)

Saudade é basicamente não saber.

Não saber mais se ela continua fungando
num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa
daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista
como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa
daquela mania de estar sempre ocupada;

se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald’s;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer
com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas
que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor
de um silêncio que nada preenche.(...)

É não saber se ele está feliz,
É não querer saber se ele está mais magro,
se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais saber de quem se ama,
e ainda assim doer…
Saudade é isso que senti
enquanto estive escrevendo
e o que você, provavelmente, está sentindo
agora depois que acabou de ler.

Miguel FalaBella