terça-feira, 18 de março de 2008

O que as mulheres fazem quando vão ao banheiros. Dos seus namorados.

Ter camisinha na gaveta é normal, afinal, ele tinha uma vida antes de me conhecer. São oito camisinhas ao todo, se até a próxima sexta continuarem sendo oito, é porque ele não usou nenhuma com outra mulher. Comigo não precisa porque fizemos os exames e eu estou tomando pilula. Pelo no barbeador é normal, anormal seria um barbeador limpo, porque quem limpa gilete é mulher, depois de emprestar sem o namorado saber para deixar o desenho da piriquita bonitinho antes de ir para o quarto. Bom, se a gilete está suja, nenhuma piriquita designer passou por aqui.
Na portinha do espelho não tem espaço para outra escova de dente, o que significa que há muito tempo ele não divide tamanha intimidade com alguém, ou não sabe dividir espaço. Isso é bom ou ruim? Bom, de qualquer forma, eu estou aqui para mudá-lo. E vou comprar um porta-escovas que caibam duas escovas. Aliás, vou comprar uma escova nova para ele, essa aqui tá muito velha. Quantas vezes será que ele já escovou os dentes neste escova depois de transar com outra mulher? Eu odeio essa escova.
Clarice sente a primeira pontada no intestino: o melhor laxante do mundo era vasculhar o banheiro do namorado. O misto de medo de ser descoberta com medo de descobrir alguma coisa lhe dava cólicas horríveis, o que não era um grande problema já que ela estava no lugar certo para isso. Enquanto senta no vaso, Clarice aproveita para levantar a tampinha da lixeira, espiar embaixo do carpete e olhar calmamente para os cremes de cabelo no chão do box do chuveiro.
Cremes para cabelo? Mas o seu namorado da semana era quase careca, para que aqueles cremes?
Ué, ela pensa lendo o rótulo do creme e disposta a atirá-lo na parede em poucos minutos: o que o danado faz com creme para amançar os cachos se ele não tem o equivalente na cabeça nem para uma franja?
Clarice parte diretamante para o ralo, este velho amigo das mulheres. Se o ralo tiver um cabelo que precise ser amansado, é ela que vai precisar de remédio para se amansar.
Não, sem chances. De quatro espiando aquele ralo era muita humilhação. Clarice respira fundo, fecha os olhos, conta até três e busca o telefone.
Fernanda atende do outro lado e depois de chamar a amiga de louca, neurótica e mandá-la "sair desta vida", confessa que já fuçou no cesto de roupas sujas de um ex namorado, e para a sua surpresa: achou uma calcinha.
Silêncio no telefone.
Clarice, com o coração e um princípio de vômito na boca, só consegue gemer e desejar desligar o telefone o mais rápido possível, para poder voltar à busca.
-Aonde será que fica o cesto de roupas sujas deste sem vergonha?
-Espera, deixa eu concluir a história. Sabe de quem era a calcinha?
-Da empregada, da secretária, da estagiária, da Gisele, dele mesmo?
-Da mãe dele. A mãe dele era coroa cocota filha, usava umas calcinhas mais sexys do que a minha!
-E você não ficou com ciumes?
-Da mãe dele. Ok, desligue este telefone agora e procure ajuda psiquiátrica.
E foi exatamente o que ela fez. Desligou o telefone e ligou para sua amiga Ane, que sempre filosofava tanto em cima de suas psicoses que fazia Clarice se sentir importante por ser maluca.
-Sim, claro que é normal você estar neste exato momento vomitando o café da manhã, com piriri e dor de cabeça porque ele tem um creme para cabelos cacheados no boxe do banheiro. Anormal é você ter se esquecido que ele mora com a filha, que tem longos cabelos cacheados, não?

Um comentário:

Jonnfire disse...

Ammu.Kutty tomara que vc tnha tirado essa "istorinha" de um livro!! vc sabe quem eh!!